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| Fri Jul 26 16:38:00 CEST 2019 |

#MulheresNasGeociências: Perfil da pesquisadora Magda Bergmann

Fonte: CPRM

 Magda Bergmann em trabalho de campo

Magda Bergmann em trabalho de campo

As mulheres conquistaram muitos avanços na busca por oportunidades iguais ao longo dos anos e isso acontece em todas as esferas de trabalho, inclusive nas Geociências. Há mais de 10 anos como pesquisadora em Geociências do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Magda Bergmann é um exemplo disto.

Lotada na Superintendência Regional de Porto Alegre, a mestre em Geociências desenvolve atividades de grande relevância para a sociedade, como o desenvolvimento de estudos na área de Remineralização de Solos. Segundo ela, esse projeto dá visibilidade à CPRM no setor mineral e na produção agrícola, pois envolve parcerias com órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), e atende empreendedores do setor de mineração de todo Brasil. “Além disso, a busca por insumos agrícolas mais acessíveis e que promovam a sustentabilidade do setor mineral incide também na produção de alimentos mais nutritivos e com menor impacto ambiental”, explica.

 A pesquisadora realiza diversos projetos na área de Remineralização de Solos

A pesquisadora realiza diversos projetos na área de Remineralização de Solos

Sobre a questão de gênero, bastante presente na área Geocientífica, Magda conta que por ter iniciado sua carreira nos anos 70, as mulheres graduadas em Geologia já começavam encontrando portas fechadas em empresas como a Petrobras. “Era necessário que todos os colegas homens estivessem colocados, para a fila andar para as geólogas. Fui contratada por uma empresa de mineração com salário inferior aos dos geólogos da mesma safra. Era só um pouquinho a menos, mas era simbólico”, afirma.

“Quanto aos preconceitos enfrentados, naquela época não havia a quem reclamar, e a regra do jogo era enfrentar as coisas como se elas não existissem, se fazer de desentendida frente ao assédio, ir desempenhando o trabalho com uma pegada masculina, sem rompantes, e principalmente provando que se podia fazer tudo o que fazia um homem na mesma função”, relata Magda.

Apesar dos desafios, a pesquisadora conta que recebeu muito apoio de gestores e colegas que valorizaram sua disposição de igualdade. “Hoje, olhando para trás, reconheço que o principal apoio que recebi na minha carreira veio daqueles que não me trataram como uma pessoa com ‘necessidades especiais’ por questão de gênero. É claro que nisto não incide uma série de direitos, mas com isto quero dizer que me tocou fazer tudo o que os colegas faziam, o que me preparou para o exercício pleno da profissão”. 

A pesquisadora afirma que se tivesse de começar de novo não se furtaria a denunciar toda e qualquer discriminação ou assédio, já que agora há canais próprios para isto, mas conta que seu trabalho nunca se pautou pela discriminação e sim pela busca do melhor desempenho, por condições adequadas de trabalho e por remuneração justa, pois “estas são metas comuns a todos os que trabalham”.


Lorena Amaro
Assessoria de Comunicação 
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
lorena.costa@cprm.gov.br
(21) 2295-4641