#MulheresNasGeociências: “Precisamos ser mais corajosas e não ter medo de ocupar espaços de gestão”, enfatiza Maísa Abram, pesquisadora da CPRM há 25 anos
Fonte: CPRM

Pesquisadora Maísa Abram em trabalho de campo
Apaixonada pelo estudo de Recursos Minerais, Maísa Abram é pesquisadora em Geociências da CPRM há 25 anos. Lotada na Superintendência Regional de Salvador (Sureg-SA), a mestre em Geologia Econômica conta que enfrentou vários tipos de discriminação para chegar onde está hoje.
Maísa relata que quando entrou na CPRM em 1994, a realidade da vida na geologia era de muitos homens e poucas mulheres em que era possível contar nos dedos o número de mulheres atuantes. “Sofri vários tipos de discriminação, desde não ser contratada para um serviço de descrever trincheiras ou ter havido campanha contra eu assumir um cargo de gestão nacional dentro da CPRM, explicitamente por ser mulher.”

Com 25 anos de CPRM, Maísa Abram coordenou trabalhos nacionais como o Projeto Gis do Brasil, Projeto Fosfato Brasil e a Reavaliação do Patrimônio Mineral da CPRM.
A pesquisadora explica que naquela época não havia muita consciência sobre a questão de gênero, tampouco ferramentas legais, apoio ou incentivo para o crescimento profissional da mulher. “Apesar disso, continuei crescendo devido ao meu amor pela profissão, responsabilidade, competência e ao espaço e desafios que muitos gestores conscientes do meu valor me deram. ”
Ao olhar para sua trajetória na CPRM, Maísa considera que seus 25 anos na empresa foram muito valiosos, não apenas pelos trabalhos desenvolvidos, mas pelos laços criados. “Sempre amei trabalhar na CPRM. Passei pelo mapeamento geológico básico, pesquisa de recursos minerais, construção de banco de dados, criação de procedimentos na minha área de atuação, enfrentando os acertos e os desacertos”, relembra.
Sempre disposta a aprender com os novos desafios, Maísa também foi chefe da Divisão de Avaliação de Recursos Minerais por 14 anos. Sobre o cargo de liderança, a pesquisadora ressalta: “Fui chefe de homens interagi com diversas equipes e nunca tive problemas em relação a isto. Hoje posso dizer que possuo uma grande experiência com a pesquisa de recursos minerais, mas também em atividades de gestão e ensino”.
Atualmente, Maísa está realizando o doutorado com foco na pesquisa de fosfato. Segundo ela, esta é uma substância crítica para o desenvolvimento do país. “Parte desta atividade foi realizada no Canadá, o que me permitiu uma nova visão de mundo. Sou muito grata por tudo isso.”
A questão de gênero esteve presente no início da carreira da pesquisadora, mas ela venceu os percalços com persistência e dedicação ao trabalho. Maísa considera que hoje o panorama é melhor, pois há mais incentivo e as ferramentas legais estão à disposição.

Ao longo de seus 25 anos de CPRM, Maísa atuou em diversas áreas e realizou inúmeros projetos
“Ainda precisamos ser mais corajosas e não ter medo de ocupar espaços de gestão e imprimir uma visão feminina. Sempre fui muito corajosa e hoje tenho mais consciência do meu poder sagrado em ser mulher, do meu papel na dimensão social e econômica e de como posso imprimir um ritmo mais equilibrado na pesquisa e na gestão. Respeito mais minha criatividade e intuição e minha vocação para a relação e comunhão”, finaliza Maísa.
Lorena Amaro
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
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